terça-feira, dezembro 29

6ª Conferência Nacional das Cidades

O Brasil, desde a metade do século passado, deixou de ser um País rural e passou a ser uma nação intensamente urbanizada. Cerca de 160 milhões de brasileiras (os) estão vivendo nas cidades. Essa concentração da população nas áreas urbanas, sem o planejamento adequado, trouxe alguns problemas para a qualidade de vida da geração atual e comprometendo a sustentabilidade no futuro.
Solução para esses problemas serão discutidas na sexta edição da Conferência Nacional das Cidades, um dos espaços de diálogo entre o Governo e a Sociedade. Nesse sentido, o Conselho das Cidades, criado há mais de dez anos, faz parte deste empenho para avançar na agenda urbana, atuando segundo uma diretiva baseada na democracia e no pluralismo.
Para essa edição da Conferência Nacional das Cidades, foi escolhido o tema “Função Social da Cidade e da Propriedade”, que expressa a importância do interesse coletivo. O lema “Cidades Inclusivas, Participativas e Socialmente Justas” proclama o caráter igualitário e equânime, qualificando o significado do Tema. Pois é fundamental suscitar a compreensão do conceito da função social da cidade e da propriedade, ainda pouco assimilado pela sociedade. 
A 6ª Conferência Nacional das Cidades será realizada em Brasília no período de 5 a 9 de junho de 2017 espaço onde a sociedade organizada, representada por seus delegados, cumprirá mais uma etapa, a fim de que unidos possamos pavimentar a travessia da cidade que temos para a cidade que queremos.
O Regimento da 6ª Conferência, aprovado pelo ConCidades, Resolução Normativa nº 19 de 18 de setembro de 2015, é o documento balizador da realização desse evento.
Essa Conferência elegerá as entidades para o sexto mandato do Conselho das Cidades.

segunda-feira, dezembro 28

CICLOVIA VAI INTERLIGAR 43 PAÍSES NA EUROPA

Andar de bicicleta é uma tendência mundial. Pode reparar que esta aumentando o número de ciclistas, principalmente nas grandes cidades. E olha só esta novidade: uma ciclovia gigante de 70 mil quilômetros de extensão, será construída na Europa até 2020. Ela vai se chamar “Eurovelo” e terá um total de 14 rotas para interligar 43 países. Imagine atravessar os países da Europa pedalando!
O percurso começa no norte da Noruega e segue por países como a Rússia, Alemanha e Hungria até chegar ao pequeno vilarejo de
Rezovo, que fica na fronteira entre a Bulgária e a Turquia.
Tomara que essa iniciativa se espalhe pelo mundo e inspire os nossos governantes. Pedalar significa saúde e preservação do meio ambiente.

Na África, chinelos velhos viram brinquedo e já tiraram mais de 400 toneladas de lixo do Oceano

 Nossa, a primeira coisa que me impressionou para escrever esta matéria, foram as lindas esculturas, sempre muito coloridas! Além da beleza, é claro que não poderia faltar toda a história sustentável que há por trás! Além de limpar praias e oceanos, é um projeto voltado ao socioeconômico ambiental! As famílias se sentem unidas e sem sair do lugar de origem!

Estas peças de arte e moda é ideia da empresa Ocean Sole. Com sede em Nairóbi, capital do Quênia, o negócio reaproveita sandálias velhas e outras peças de borracha encontradas nas praias do país. O resultado do trabalho são criações lúdicas que chegam a ser vendidas para jardins zoológicos, aquários e lojas de nicho de 20 países.
“A poluição em todos os nossos cursos de água é um grande problema”, diz Church, nascida e criada no Quênia. “Os rios estão entupidos com plástico e borracha”, ela acrescenta. “Quando as pessoas dizem que o oceano é uma sopa de plástico, é porque o plástico não vai embora – ele só se decompõe em partes menores”.
Segundo os cientistas, o tempo de decomposição desses resíduos varia de 100 a 600 anos. Em grandes quantidades no fundo dos oceanos, são alguns dos principais vilões da vida marinha, responsáveis pela morte de peixes, crustáceos e outras espécies.


Em 1997, Church trabalhava num projeto de preservação de tartarugas marinhas na ilha de Kiwayu, na fronteira do Quênia com a Somália. Na época, Church ficou chocada com uma cena desoladora: praias inundadas por objetos de plástico que obstruíam a chegada das tartarugas aos seus locais de desova.
Mas foi lá também que ela viu crianças da região fazendo brinquedos com o lixo retirado do mar. Nesse dia, ela decidiu fundar uma empresa focada na solução de um problema ambiental grave. Church pensou que poderia ajudar a limpar as praias e, ao mesmo tempo, impulsionar o desenvolvimento econômico e social daquela comunidade, incentivando moradores locais a recolher, lavar e processar materiais recicláveis para terem uma renda.
fonte: Revista Vivo Verde

sábado, dezembro 12

Dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


Dezembro 2015
do PNUD


Há quinze anos, durante a Cúpula do Milênio, realizada pelas Nações Unidas (ONU), 189 nações* e 23 organizações internacionais se comprometeram com uma série de objetivos e metas para a melhoria das condições de vida das populações mais pobres do planeta. Àquela época, cerca de 1 bilhão de pessoas vivia na extrema pobreza, faltava água potável e alimentação adequada, assim como cuidados básicos com a saúde e serviços sociais necessários para a sobrevivência. Esse compromisso para combater a pobreza, a fome e outros males da sociedade ficou conhecido como 
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), em número de 8, acompanhados de 21 metas e 60 indicadores.
Assim, os ODM foram adotados com a proposta de promover uma abordagem global e uma estratégia coordenada pela promoção da dignidade humana e enfrentamento, simultâneo, de mazelas como pobreza, fome, doenças, analfabetismo, degradação ambiental e discriminação contra as mulheres.

Os ODM foram um empreendimento singular, pois conseguiram envolver governos, acadêmicos, agências da ONU, a sociedade civil e o setor privado a serviço de uma grande causa global. Esses esforços concertados, de acordo com o último relatório da ONU, produziram resultados em todo o mundo, com a redução pela metade do número de pessoas que vivem na extrema pobreza; a redução pela metade do número de pessoas subnutridas desde 1990; o aumento da taxa de matrícula em 91% em relação a 1990; o aumento considerável de meninas nas escolas; a ampliação da participação política das mulheres; a redução em mais da metade na taxa de mortalidade de menores de cinco anos, caindo de 90 para 43 mortes por 1.000 nascidos vivos entre 1990 e 2015; a redução em 45% da taxa de mortalidade materna no mundo e melhoria no atendimento às gestantes; a redução de cerca de 40% na infecção pelo HIV/AIDS e grandes avanços na redução de mortes por malária e tuberculose; em 2015, 91% da população mundial têm acesso a fontes de água potável, e há esforços para que a camada de ozônio se recupere até meados deste século. Além disso, nos últimos 15 anos, o número de celulares ampliou em quase dez vezes e o acesso à internet no mundo: de 6% para 43%. 

O Brasil é um dos países que mais avançou no cumprimento das metas dos ODM. Em relação ao ODM 5: Melhorar a saúde materna, embora o Brasil ainda não tenha alcançado a meta estipulada para a redução da mortalidade materna, o país reduziu em 55% a taxa de óbitos das gestantes, uma redução de 141 para 64 óbitos por mil nascidos vivos em duas décadas. Esse desempenho foi melhor que as médias registradas nas nações em desenvolvimento e na América Latina. 
As conquistas no país devem-se à implantação de políticas públicas que priorizaram as metas estabelecidas e ao engajamento dos diferentes atores públicos, privados e da sociedade civil. 


A nova agenda global de desenvolvimento

Diante desses resultados, por que o mundo precisa de uma nova agenda global?

Porque a Declaração do Milênio pactuou com os países a redução dos problemas mais prementes da época – no caso do Brasil, algumas metas foram adaptadas à realidade nacional, como a erradicação da fome, por exemplo. Para mais informações, pode-se acessar o 5° Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM

Agora, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são mais amplos e inclusivos, e a meta é erradicar a pobreza em todas as suas formas até 2030. O ODS contemplam as dimensões econômica, social e ambiental. 

Veja matéria completa AQUI


sexta-feira, dezembro 4

Mutirão em Indaiatuba realiza plantio de 110 mil mudas nativas às margens da represa Capivari-Mirim


A Prefeitura de Indaiatuba, associada ao Consórcio PCJ, e o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) realizaram no sábado (28) o Mega Plantio de 110 mil mudas de espécies nativas que vão ajudar a formar a mata ciliar no entorno da Barragem do Rio Capivari-Mirim, recém construída. Mais de 12 mil voluntários inscritos participaram do evento, dentre eles representantes de Associações e Entidades de classe, indústrias, estudantes e docentes de escolas estaduais e faculdades e os inscrições feitas pela internet através do site da prefeitura.
Estimativas do Consórcio PCJ, apontam que essa quantidade de mudas plantadas favorecerá a infiltração de 1,5 milhão de m³/ano de água no lençol freático, contribuindo para a melhora da disponibilidade hídrica. Essa área, também, será responsável pelo sequestro de 250 mil toneladas de gás carbônico (CO2) da atmosfera pelos próximos 40 anos. O gás carbônico é apontando por especialista em climatologia como o grande responsável pelo aumento do efeito estufa, do aquecimento global e, consequentemente, ocasionando a maior ocorrência de eventos climáticos extremos, como estiagens mais severas e tempestades mais intensas.
O evento contou com a presença do presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, do superintendente do Saae, Nilson Gaspar e da secretária adjunta do Estado de Meio Ambiente, Cristina Maria do Amaral Azevedo, além do deputado Estadual, Rogério Nogueira e dos deputados federais Milton Monti e Herculano Passos. O presidente da Câmara Luiz Alberto Pereira, o Cebolinha, representou os demais vereadores presentes.
“A população prestigiou o evento de maneira muito positiva, fazendo sua parte e plantando mudas de espécies nativas. Não houve nenhum incidente, o que demonstra o comprometimento da população”, comenta Gaspar.
A logística do evento teve mais de 200 ônibus que transportaram estudantes e participantes das mais variadas entidades de classe, que também ganharam uma camiseta e um “kit lanche”.
BARRAGEM      
A barragem do Rio Capivari-Mirim foi construída para armazenar 1,3 bilhão de litros de água. Ela vai contribuir com o abastecimento do município pelas próximas décadas. No entorno dela, será construído um Parque Ecológico com pista de caminhada, ciclovia, deques para pesca, quiosques, campo, quadras, parque infantil, academia ao ar livre e um observatório. As obras devem ser concluídas em 2016.
Ela terá 260 metros de comprimento, seis metros de largura, 23 metros de altura máxima sobre a fundação e espelho d’água de 41,1 hectares (411 mil m²). A extensão do espelho d’água é de 2,5 km. O espaço total do empreendimento, 1,2 km², está próximo do ocupado pelo Parque Ecológico que é de 1,5 km². A obra recebe investimentos de R$ 30 milhões, sendo R$ 12,3 milhões da Funasa (Fundação Nacional da Saúde) a fundo perdido. É a única barragem sendo construída no Brasil com recursos do órgão.
Foto: Giuliano Miranda e Acervo Consórcio PCJ
fonte: Agua.org

quinta-feira, novembro 26

Dos ODM aos ODS - Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

O  documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio+20 dispõe que o desenvolvimento de objetivos e metas, tal qual aplicado em relação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, seria útil na busca do desenvolvimento sustentável, por meio de ações focadas e coerentes.

Decidiu-se estabelecer um processo intergovernamental inclusivo e transparente que fosse aberto a todos, com vistas a elaborar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Após mais de três anos de discussão, os líderes de governo e de estado aprovaram, por consenso, o documento “Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. A Agenda é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade. Ela busca fortalecer a paz universal com mais liberdade, e reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global ao desenvolvimento sustentável.

A Agenda consiste em uma Declaração, 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as 169 metas, uma seção sobre meios de implementação e de parcerias globais, e um arcabouço para acompanhamento e revisão.

O conjunto de objetivos e metas demonstram a escala e a ambição desta nova Agenda universal. Os ODS aprovados foram construídos sobre as bases estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de maneira a completar o trabalho deles e responder a novos desafios. São integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.


Aprovados na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (25-27 de setembro 2015), a implementação dos ODS será um desafio, o que requererá uma parceria global com a participação ativa de todos, incluindo governos, sociedade civil, setor privado, academia, mídia, e Nações Unidas.


Os esforços conjuntos para o alcance dos ODM até o fim de 2015 não se encerrarão nessa data. As ações do PNUD a partir de então estarão alinhadas com os ODS, tendo em mente a necessidade da finalização do trabalho no âmbito dos ODM, visando “não deixar ninguém para trás” no processo de desenvolvimento sustentável.

Estamos determinados, no espírito da Agenda 2030, a tomar medidas ousadas e transformadoras que se necessitam urgentemente para pôr o mundo em um caminho sustentável e resiliente.



Os cinco P´s da Agenda 2030









Do global para o local

Os ODS, embora de natureza global e universalmente aplicáveis, dialogam com as políticas e ações nos âmbitos regional e local.

Na disseminação e no alcance das metas estabelecidas pelos ODS, é preciso promover a atuação dos governantes e gestores locais como protagonistas da conscientização e mobilização em torno dessa agenda.

O PNUD Brasil continuará contribuindo para o desenvolvimento de capacidades em âmbito local - como tem feito com os ODM (ver portalodm.com.br e atlasbrasil.org.br) - visando à implementação e ao monitoramento dos ODS.

sexta-feira, julho 24

Trilha da Mata terá novas revistas a partir de Novembro


A editora Freedom Books lançará em Novembro de 2015 novas revistinhas da turminha do Trilha da Mata! a distribuição é gratuita em vários pontos da cidade de São Paulo! Nos próximos dias listaremos os locais de distribuição!


Toda a Equipe de criação está em polvorosa e está à todo vapor para garantir as revistinhas mensalmente para todos leitores. E a turminha do Trilha não deixará de marcar presenças nos jornais e revistas de sempre, que fizeram deles os personagens de produção independente mais lidos na cidade!  = D

acompanhe todas as novidades pelo blog do Trilha da Mata

terça-feira, julho 21

Brasil abre consulta pública sobre acesso à informação e meio ambiente

Também serão debatidos participação em processos decisórios e acesso à justiça. Discussão vai até 7 de agosto

Está aberta consulta pública, até o dia 7 de agosto, sobre acesso à informação, participação em processos decisórios e acesso à justiça em temas ambientais. A discussão online é promovida pelo Ministério de Relações Exteriores (MRE), em parceria com o Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (Centro RIO+).
A consulta pública tem como objetivo receber comentários da sociedade civil brasileira, incluindo representantes da mídia, academia, ONGs nacionais e internacionais e setor privado. A ideia é discutir o documento preliminar elaborado pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
A iniciativa reforça o compromisso da Controladoria-Geral da União de transparência e acesso a informações públicas. O exercício dos direitos de acesso aprofunda e fortalece a democracia, além de contribuir para uma melhor proteção do meio ambiente e dos direitos humanos.
Os interessados em participar devem se inscrever no site do Rio+. Durante a discussão online, também existirá a possibilidade de enviar comentários por e-mail que serão disponibilizados na plataforma de discussão. Caso haja dificuldades para acessar o site, favor entrar em contato com rio.mais@undp.org.
As respostas recebidas serão consolidadas e apresentadas no website do Centro RIO+. Esse material também servirá de insumo para os representantes brasileiros na próxima etapa das negociações regionais, em outubro.
fonte Site CGU

terça-feira, junho 23

A mulher que libertou mais de 2 mil escravos em pleno século XXI

reportagem da revista Época:
Marinalva Dantas, auditora do trabalho, por dez anos autuou fazendas com trabalho ilegal. Sua história virou livro
Graças aos esforços de uma única brasileira, 2.354 pessoas foram libertas da escravidão desde 1995, um século depois da assinatura da Lei Áurea. Essa brasileira é Marinalva Dantas, auditora do trabalho e uma das maiores referências do país no combate à escravidão moderna e ao trabalho infantil. As histórias dessa mulher e dessas causas se misturam e estão contadas no livro A Dama da Liberdade, lançado nesta terça (26), também data do aniversário de 61 anos de Marinalva. Foi escrito pelo jornalista Klester Cavalcanti.
A história de Marinalva teve uma influência crucial em sua carreira. Nascida em uma família muito pobre, em Campina Grande (PB), passou os três primeiros anos de vida em uma casa sem luz, água encanada ou esgoto. Por dentro, não havia banheiro ou paredes entre os quartos. Devido a uma crise grave de lombriga, foi levada à casa dos tios que tinham uma condição financeira melhor e acabou sendo criada por eles, em Natal (RN). Isso permitiu que Marinalva tivesse uma infância decente, bem diferente do que teria vivido se continuasse com seus pais.

Aos dez anos, foi visitar a família e reencontrar a mãe que já não reconhecia. Essa visita mexeu muito com ela, como contou em entrevista ao Blog ÉPOCA AMAZÔNIA. “Me dei conta de que era privilegiada e gostaria que todas as crianças – principalmente meus irmãos – tivessem um pouco do que eu tinha: a possibilidade de brincar e de estudar”. A experiência foi uma das bases para que ela crescesse como uma defensora dos mais fracos – como se define.
Marinalva entrou na faculdade de direito e passou em um concurso público para auditora fiscal do trabalho, em 1984. Pouco mais de dez anos depois, ingressaria nos primeiros grupos que saíram à caça de fazendas que mantinham trabalhadores em condições degradantes e sem direitos trabalhistas. Segundo levantamento apresentado no livro, os casos mais comuns de trabalho escravo estão em fazendas de pecuária (29% dos casos registrados pelo governo federal), cana-de-açúcar (25%). Dezenove por cento estão em fazendas com outras lavouras, como algodão. Os estados com mais casos são da Amazônia Legal: Pará (12.761 de escravos libertos desde 1995) e Mato Grosso (5.953). O perfil desses escravos explica sua vulnerabilidade: 62% são analfabetos e 27% estudaram no máximo até a 4ª série.

>> Leia nossa cobertura completa sobre Amazônia
Como auditora do trabalho, enfrentou situações adversas e encontrou um cenário triste de constatar que ainda exista no Brasil. Viu fazendas em que os agricultores dormiam todos em um galpão, sem banheiro ou qualquer condição sanitária adequada. A comida era sempre escassa e quando ganhavam carne, eram sempre os piores pedaços, cheios de gordura e mal conservados. Em Marabá(PA), encontrou pedaços de carne que seriam consumidos no dia seguinte e estavam ao relento, infestados de moscas e em toras de madeira. A coloração quase preta do alimento a impressionou naquele dia.

Marinalva viu muitas crianças passando fome. E costumava dar a elas os alimentos que tinham no carro dos auditores do trabalho e da polícia federal. Encontrou um homem escravizado há dezenove anos e um menino que não sabia sua idade, pois nunca havia comemorado um aniversário. Questionado se tinha tempo para o lazer, esse menino respondeu que às vezes brincava de desmontar e montar a motosserra “cheia de pecinhas dentro”. Como conta uma passagem do livro, a auditora não sabia o que era mais triste: a criança não brincar por falta de tempo e de energia após um dia intenso de trabalho ou ter como brinquedo o mesmo equipamento que lhe roubava a infância.

Nem sempre era fácil se conter, em muitos capítulos do livro A Dama da Liberdade, Marinalva é retratada como uma mulher forte, porém emotiva, que se comeve e se revolta com o que encontra pela frente. Um dos poucos momentos em que chorou diante de um ex- escravo foi quando ele lhe contou que havia sido espancado por ter pedido um pouco de água limpa. A que tinha para beber vinha de um córrego e era amarela e barrenta. O chefe mandou que um peão, escravo como ele, fosse o autor das pancadas.

A luta de Marinalva a tornou uma personalidade conhecida. Ao longo dos anos apareceu em reportagens e deu inúmeras entrevistas. Descobriu casos de escravidão em fazendas de homens poderosos, como o deputado estadual do Rio de Janeiro Jorge Picciani. E, em 2002, a Polícia Federal encontrou em Marabá uma lista com nome de pessoas que deveriam ser executadas a mando de fazendeiros da região. Marinalva Dantas era um deles. Meses antes, ela comandara uma operação em uma fazenda de pecuária na região.

>> Mato Grosso cria frente contra o trabalho escravo
Em 2004, Marinalva foi para Brasília ser diretora da Divisão de Articulação de Combate ao Trabalho Infantil. O cargo mais burocrático do que prático não a agradou e ela voltou a Natal, onde até hoje é auditora. Olhando para trás, vê que a dedicação total à carreira teve impactos grandes também em sua vida pessoal, como o fim do casamento, desentendimentos com os filhos por passar tempo de mais viajando e até uma síndrome do pânico. Apesar de tudo isso, o trabalho a realizou sempre. Hoje, espera que todo o esforço tenha levado mais conscientização aos brasileiros para que não aceitem as barbaridades cometidas com trabalhadores sem direitos. E se diz uma otimista em relação ao fim da escravidão de uma vez por todas no país. “Eu não combatia o trabalho escravo e infantil até saber que isso existia. Depois que você descobre, quer que acabe. Não dá para aceitar que isso ainda aconteça na geração de nossos filhos e netos”.

Confira abaixo a entrevista que Marinalva concedeu ao Blog ÉPOCA AMAZÔNIA.

ÉPOCA: A senhora nasceu em uma família pobre, mas foi criada por tios com uma boa condição financeira, foi à faculdade e seguiu uma carreira voltada aos direitos humanos, principalmente dos mais pobres. Sua história pessoal influenciou essa escolha?
Marinalva Dantas: 
O fato de eu ter vindo da pobreza influenciou muito minha carreira. Fui morar com meus tios em Natal com apenas três anos, então, não tinha lembranças da minha vida anterior. Apenas aos 10 anos retornei a Campina Grade e reencontrei minha mãe, que eu nem reconhecia mais. Cresci em um ambiente de opulência e ver a casa da minha família foi chocante. Quando cheguei à cidade, fiquei feliz de ver muitas crianças que poderiam brincar comigo. Mas a maioria delas precisava trabalhar para ajudar a família. Faziam sapatos, potes de barro, carregavam água ou ajudavam no comércio, por exemplo. Me dei conta de que era privilegiada e gostaria que todas as crianças – principalmente meus irmãos – tivessem um pouco do que eu tinha: a possibilidade de brincar e de estudar.
Já adulta, ouvia histórias de homens que deixavam as famílias para trabalhar em outros estados no Norte e do Nordeste e não voltavam mais. As pessoas acreditavam que eles encontravam outras mulheres e tinham outros filhos. Na primeira vez que entrei em uma fazenda e vi os escravos que há anos não podiam voltar pra casa, senti uma grande revolta. Aqueles pais nunca abandonaram seus lares. Estavam lá sem escolha. Isso me motivou a fazer o que fosse possível para acabar com essa situação.

ÉPOCA: Como é possível que, 127 anos depois da abolição da escravidão, ainda persista esse regime de trabalho no Brasil?
Marinalva: 
Isso se sustenta porque é muito lucrativo. Esses senhores de escravos ficam mudando de estratégia para burlar a lei, enganar a polícia e os consumidores. Há por exemplo, fazendeiros que assinam a carteira de trabalho das pessoas, mas não seguem qualquer norma de trabalho. É só o papel que está lá. Acham que assim não poderão ser enquadrados como empregadores de escravos.
Enquanto eles puderem manter isso, vão fazer. Já fui a uma fazenda exportadora que nunca tinha registrado nenhum empregado e sonegava muitos impostos. Então, o dono fica apenas o lucros, sem nenhum encargo. Para muitos donos de terra, a estratégia é dizer que não sabiam de nada. Que era o gerente quem cuidava dos outros funcionários. Então, nosso trabalho é ligar os pontos entre o proprietário da terra e os escravos.
ÉPOCA: Você começou a resgatar trabalhadores em 1995, uma época em que isso ainda era um tipo de ação nova por parte do governo. Como foi esse começo? E como evoluiu?
Marinalva: 
Em termos de aparelhamento, tivemos um avanço grande. No início, nossa comunicação em campo era precária e corríamos muitos ricos. Foi só com o passar dos anos que conseguimos GPS e celulares, por exemplo. Hoje o Ministério Público já está estudando o uso de drones para vistorias.

ÉPOCA: E em termos de legislação?
Marinalva: 
Até evoluiu, mas estamos diante de um golpe iminente. Tramita no Congresso um projeto para mudar o conceito de trabalho escravo no Código Penal.  Se aprovado, os termos “jornada exaustiva” e “condições degradantes” não irão mais configurar trabalho escravo. Será um grande golpe à Constituição Federal. Essa mudança vai permitir que um fazendeiro abrigue seus funcionários no curral, junto com o gado, e que dê a eles água para beber em cochos, afinal, a dignidade do trabalhador não está mais em jogo. Eu já encontrei uma fazenda em que uma mulher estendia um pedaço de pano em cima do esterco do gado para dormir e dividia a água com os animais.
ÉPOCA: A senhora sofreu ou sofre muitas ameaças pelo trabalho combativo?
Marinalva: 
Sim. Até hoje. Nesse final de semana mesmo, estava em uma feira livre com a equipe da tevê Globo mostrando crianças e adolescentes trabalhando nas barracas. Isso é trabalho infantil, é proibido. Alguns feirantes mandaram a gente sair de lá, dizendo que tinham muitas facas. Quando disse que eles tinham mão de obra ilegal, me responderam que se esses jovens não estivessem ali, estariam no tráfico. É uma ignorância da parte deles pensar assim.
ÉPOCA: A senhora acredita que um dia o Brasil irá erradicar definitivamente o trabalho escravo e o infantil?
Sim. Sou otimista em relação a isso porque eu mesma não combatia o trabalho escravo e infantil até saber que isso existia. Depois que você descobre, quer que isso acabe. Não dá para aceitar que isso ainda aconteça na geração de nossos filhos e netos”.

segunda-feira, junho 8

SERVIÇO VETERINÁRIO DA ANCLIVEPA-SP – INFORMAÇÕES

PÚBLICO A QUE SE DESTINA
O atendimento é EXCLUSIVO aos munícipes da Cidade de São Paulo e, prioritariamente, àqueles assistidos por programas sociais tais como: Bolsa Família, Renda Mínima, Renda Cidadã ou outro programa equivalente.
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS
  • RG original;
  • CPF original;
  • Comprovante de residência no nome do responsável pelo paciente.
NÃO SERÃO ATENDIDOS OS ANIMAIS DAS PESSOAS QUE NÃO APRESENTAREM OS DOCUMENTOS EXIGIDOS
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:

Segunda a Sexta: das 07h00 as 17h00  - Unidades Zona Norte e Zona Leste (Todos os serviços e especialidades).
Abertura das fichas – das 06h00 as 10h00.
Sábados, Domingos e Feriados: das 07h00 as 10h00 -Unidade Zona Leste (Apenas urgências e emergências)
das 07h00 as 10h00

IMPORTANTE:
O Hospital  Veterinário da ANCLIVEPA-SP  é um convenio com a Prefeitura do Município de São Paulo e o numero de atendimentos para consultas, exames e cirurgias é limitado por contrato.
O Hospital Veterinário NÃO possui serviço de TAXI DOG e também não se responsabiliza pelo transporte de animais.
O acesso ao Hospital Veterinário é limitado a 01 (um) acompanhante para animais de pequeno porte e a 02 (dois) acompanhantes para animais de grande porte.
Solicita-se o não comparecimento de CRIANÇAS, IDOSOS e MULHERES GRAVIDAS como acompanhantes, devido a grande presença de animais no local.
Aos Sábados, Domingos e Feriados, os atendimentos são exclusivamente para as emergências e retornos agendados pela equipe medica.
“Emergência médica é um ferimento ou doença que necessita de atendimento médico imediato. É uma situação em que a sobrevivência do paciente está em risco no curto prazo, seja por trauma ou doença súbita que precisa ser abordada em um intervalo de tempo de poucos minutos ou imediatamente.”

ENDEREÇOS
UNIDADE ZONA NORTE
Avenida General Ataliba Leonel, 3194 – Parada Inglesa – São Paulo/SP Telefone 11 2478-5305

UNIDADE ZONA LESTE (NOVO ENDEREÇO)
Rua Platina, 570 – Tatuapé – São Paulo/SP Telefone 11 4323-8502

saiba mais: http://anclivepa-sp.com.br/

sexta-feira, maio 29

2ª Campanha "Padrinhos do Futuro" já iniciou! Participe!


A Gazeta Verde está apoiando fortemente a 2º Ação entre amigos "Padrinhos do Futuro". Você conhece essa ação?


Iniciando em 2014, o Padrinhos do Futuro,  arte sócio-cultural,  não é uma associação, fundação ou ONG, é sim uma Ação Entre Amigos sem fins lucrativos que pretende garantir a educação digna para um grupo de crianças no interior do Ceará.

Como isso se deu? Quando soubemos que crianças de um povoado no interior do Ceará, no povoado de Mergulhões dos Guias, um vilarejo de Itapipoca, as crianças fazem suas lições escolares à lápis para que, ao final do ano, possam apagar tudo para então reutilizar os cadernos (??!?!?!). Quando soubemos disso nos partiu as almas. Resolvemos que isso não poderia continuar acontecendo! Fizemos o levantamento de quantas crianças estão em idade escolar primária lá e chegamos ao número de 40 crianças.  Resolvemos que iríamos em uma ação entre amigos fazer 50 kits com material escolar básico para envio no final desse ano para a região. 

Entendemos que essas crianças não devem passar por isso novamente, "apagar o conhecimento escrito" deles não mais.

Conseguimos com a ajuda de muitos amigos e algumas empresas e o apoio da A Gazeta Verde os 50 kits para uso do primeiro semestre de 2015, mas seria muita crueldade ter um semestre e depois voltar a não ter, por isso essa ação tem de se perpetuar.

Convido você a participar dessa 2ª Ação, adotando alguma "cota" descrita no blog e disponível no site de finaciamento coletivo Catarse, e não mais permitir que isso precise acontecer novamente para essas crianças.



O objetivo é completar 45 kits com:

3 cadernos universitários 100fl
2 canetas
3 lápis
2 borrachas
1 apontador

1 régua 30cm
1 cx de lapis de cor 12unid
1 edição passatempo lúdico de educação ambiental da Turma da Trilha da Mata
1 mochila de lona emborrachada

Participe em breve dessa Ação doando pela página da Campanha no Catarse.

Toda prestaçao de contas, fotos da campanha anterior e acompanhamento dessa campanha nesse link

A Gazeta Verde Apoia!!