sexta-feira, janeiro 24

Único de barba branca e costas vermelhas, nova espécie de macaco 'zogue-zogue' é descrita na Amazônia

Visto entre RO e MT, primata pode ser incluído na lista dos quase ameaçados de extinção por ter sido observado em áreas de desmatamento, dizem pesquisadores. 

Uma nova espécie do macaco "zogue-zogue" acaba de ser descrita e confirmada na Amazônia: é o Plecturocebus parecis, possivelmente visto pela primeira vez há mais de um século. O nome científico do primata faz referência à Chapada dos Parecis, já que macacos da espécie foram observados em uma área da região que fica entre Rondônia e Mato Grosso (MT).
"Em 2011, foram observados os primeiros indivíduos de zogue-zogue, vistos nos municípios Pimenta Bueno e Vilhena. Conferimos artigos e livros para verificar se já existia uma descrição ou se tratava de uma espécie nova. Observando a morfologia, levantou-se a hipótese de que seria uma espécie nova. Agora foi descrito cientificamente. É oficial", explicou Almério Gusmão, pesquisador da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e professor do Centro Técnico Estadual de Educação Rural Abaitará (Centec Abaitará), em Pimenta Bueno (RO).
A recém descoberta foi publicada no periódico Primate Conservation. Além de Almério, a pesquisadora Mariluce Messias, da Universidade Federal de Rondônia (Unir), e outros 13 cientistas do Acre, Pará, Sergipe e da Universidade Estadual de Nova York, em Stony Brook, nos Estados Unidos, fizeram observações de grupos do mais novo "zogue-zogue". Outros registros do animal foram obtidos em regiões de Mato Grosso.

"Agora são 24 espécies do Plecturocebus descritos. O Plecturocebus parecis foi descrito recentemente, em dezembro de 2019, quando saiu a publicação", complementou Mariluce Messias. 


A diferença que saltou aos olhos dos estudiosos foi a coloração do macaco. Diferente da pelagem grisalha característica do Plecturocebus, o também conhecido como "zogue-zogue-de-barba-branca" conta com uma coloração que mescla entre castanho e vermelho nas costas, tons claros e pelos curtos nas mãos, além da barba esbranquiçada. Foram investigadas mais de 50 variáveis do primata.
O único relato breve sobre a espécie foi feito pelo naturalista Alipio de Miranda Ribeiro, da Comissão das linhas telegráficas de Rondon, publicado em seu livro em 1914. Alipio de Miranda descreveu que dois espécimes foram coletados na cabeceira do rio Ji-Paraná, em Rondônia, que aparentemente se tratavam do "zogue-zogue" dos Parecis. 

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